Ação é da Marinha e forças de segurança
Marcelo Fernandes em 18 de Fevereiro de 2014
A participação da Polícia Federal e do Ibama na operação Amazônia Azul, iniciada na segunda-feira, 17 de fevereiro, pela Marinha do Brasil, é fundamental para garantir uma ação mais eficaz da Força Naval brasileira no combate aos mais variados tipos de crimes que acontecem ao longo dos mais de 1.200 quilômetros do rio Paraguai, em pleno Pantanal, não apenas sul-mato-grossense, mas do Mato Grosso também.
Na entrevista coletiva realizada para detalhar como é realizada a operação, que tem previsão de encerramento no próximo dia 22, o delegado chefe da Polícia Federal em Corumbá, Alexandre do Nascimento, informou que embora não muito habitual, o rio Paraguai serve de meio de passagem para contrabando, tráfico de drogas e outros crimes.
“Acontece, não é frequente, mas já tivemos algumas apreensões de drogas, armas e cigarro. Em 2011, se não me engano, apreendemos mais de 20 mil caixas de cigarro, num valor de quase 2 milhões de reais essa carga, que saiu do Paraguai e vinha para cá”, contou o delegado.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Operação conjunta garante ação mais eficaz no combate aos mais variados tipos de crimes
Ele explicou que a Polícia Federal tem a atribuição de combater crimes ao longo do rio Paraguai. “A atribuição de atuar em todos os crimes que ocorrerem no rio Paraguai é da Polícia Federal, porque é um rio internacional. Temos os crimes ambientais como a pesca predatória, desmatamento, a destruição da mata ciliar, construção em área de preservação permanente. Tudo isso a Polícia Federal coíbe na calha do rio Paraguai e também o transporte de produtos de contrabando e drogas”, disse o delegado chefe ao destacar alguns crimes que podem ser cometidos tendo o leito do rio como forma de passagem.
Contrabando de madeira
Ao longo do principal rio pantaneiro, o Ibama também encontra problemas que precisam ser combatidos. A ação do órgão ambiental ganha força e é ampliada com a realização dos seis dias de operação Amazônia Azul no Pantanal.
“Estamos em área fronteiriça e temos crimes na área ambiental de tudo quanto é natureza. Ocorrem crimes, inclusive praticados através do país vizinho. Os crimes ambientais que temos mais ocorrência aqui são relacionados à pesca predatória’, afirmou o chefe do Ibama em Corumbá, Gilberto Costa.
Ele ainda elencou que outras situações que ocorrem silenciosamente na extensão territorial dessa região é um empecilho para a atuação. “Temos aqui problemas de transporte de madeira, passa muita madeira pela Bolívia sem documento pela Gaíva. Nesse tramo oeste do Brasil, temos uma adversidade muito grande. É um lugar difícil de combater, tem uma grande extensão e não se pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Essa interação com a Marinha e com a força da Polícia Federal nos ajuda a coibir esses ilícitos”, completou Gilberto.
Cidadania
Coordenador da mega-operação militar nessa região, o comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante Edervaldo Teixeira de Abreu Filho, enfatizou que a operação Amazônia Azul tem um forte caráter social.
“Essas ações são importantes porque a população começa a ter noção de cidadania. A presença da Marinha com as Acisos, levando médicos, dentistas, roupas, brinquedos, cadernos e lápis – doados pela Receita Federal – permite que comecem a ter sentimento de cidadania, com a Marinha, o Estado está presente. Uma operação, como a ação cívico-social é uma maneira de conscientizar essas comunidades mais distantes, de que também são cidadãos brasileiros”, completou o contra-almirante ao citar que o Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano, do 6º Distrito Naval, está na calha do rio Cuiabá promovendo ações cívico-sociais para atendimento médico e odontológico da população ribeirinha daquela região.
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