Marcelo Fernandes em 21 de Novembro de 2013
O aparato de segurança do Aeroporto Internacional de Corumbá foi testado por mais de duas horas na manhã desta quinta-feira, 21 de novembro, durante exercícios simulados de sequestro de avião e de ameaça de bomba. O treinamento garantiu a preparação das forças policiais para o enfrentamento de uma situação semelhante, mas em proporções reais.
Sob o comando da Polícia Federal, todo o cerco policial foi montado para garantir o sucesso da operação. Equipes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros também foram mobilizadas.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Treinamento terminou com rendição dos dois sequestradores e libertaçãio dos reféns
O cenário trazia dois sequestradores armados que tomaram um avião e fizeram mais de dez reféns. Os bandidos exigiam que a aeronave fosse abastecida para que tivessem condições de fugir e já tinham matado dois reféns.
Até o momento da rendição houve uma intensa negociação. Os sequestradores fizeram uma série de exigências e à medida que eram atendidos foram libertando reféns parcialmente – quatro pessoas foram liberadas. A rendição veio após a garantia de preservação da integridade física e que a Imprensa acompanhasse o momento em que se entregariam para a equipe do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da Polícia Federal.
Mesmo num exercício de treinamento, a situação foi bastante tensa. No meio das negociações chegou a denúncia que havia uma bomba preparada para explodir o terminal de passageiros do aeroporto. Os agentes do Grupo de Bombas e Explosivos da PF (GBE) fizeram a varredura no local e encontraram o artefato escondido em uma lata de lixo próximo a área de embarque de passageiros. Depois de localizada pelo grupo antibombas, o explosivo foi retirado e detonado.
Grupo antibomba da Polícia Federal participou do simulado
Esse tipo de exercício simulado é previsto em lei e para aeroportos com o porte do que existe em Corumbá devendo ser realizado a cada dois anos. Considerando todos os voos (regular, táxi aéreo e aviação executiva), o terminal aeroportuário corumbaense tem cerca de 30 mil usuários anuais, contabilizando embarques e desembarques.
Programa nacional de segurança
O superintendente da Infraero em Corumbá, Carlos Alberto Fonseca Rocha, explicou ao Diário que a iniciativa tem como objetivo a segurança das pessoas que diariamente utilizam os serviços do terminal aeroportuário. “Temos que preparar porque embora ameaça terrorista no Brasil seja praticamente zero, há situações que podem migrar, como um assalto que dá errado e na fuga podem querer sequestrar um avião”, disse.
Sequestradores tomaram avião (que no exercício era um ônibus) e policiais federais fizeram a negociação para libertar reféns
“Pelo programa nacional de segurança de aviação civil, a coordenação é da Polícia Federal em conjunto com os aeroportos que são administrados pela Infraero. Estamos medindo todo nosso plano de contingência para ver se está funcionando adequadamente”, completou o superintendente informando que com o treinamento, o aeroporto corrige possíveis falhas para melhorar o serviço e, numa situação real, garantir a tranquilidade e segurança aos usuários do transporte aéreo.
A simulação também é importante para testar o pronto-atendimento da Polícia Federal, que é a responsável por coordenar um gabinete de gerenciamento de crise que tem como integrantes Infraero e Aeronáutica. Numa situação real, o trabalho começa com as negociações e podem chegar ao estágio de atuação do grupo tático da Polícia com intervenção armada, que não foi necessária.
Gabinete de gestão de crise foi montado ao lado da pista do aeroporto
“Seria esse o procedimento, acontecendo um sinistro aqui, a Polícia Federal é acionada e chegamos para resolver a crise. No exercício aprimoramos as técnicas de ação”, explicou o delegado chefe da Polícia Federal de Corumbá, Alexandre do Nascimento, complementando que a segurança aeroportuária, no que trata da área interna dos terminais, é de competência exclusiva da Polícia Federal.
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