Marcelo Fernandes em 14 de Dezembro de 2012
Solenidade na fronteira de Corumbá com a Bolívia, na manhã desta sexta-feira, 14 de dezembro, marcou o lançamento simbólico da "Operação Simultânea". Coordenada pelo Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGI-Fron), a ação de combate aos crimes fronteiriços traz pela primeira vez a participação mais efetiva dos órgãos de segurança pública da Bolívia e do Paraguai. O trabalho operacional teve início na quinta, dia 13. As ações têm enfoque preventivo e repressivo.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Online
Ação em Corumbá teve início efetivo na tarde da quinta-feira, dia 13
"Essa operação demonstra a real integração entre as instituições de segurança pública do Brasil e agora com a Bolívia e Paraguai. É um avanço muito grande com esses países, mas ainda temos que avançar muito. A fronteira tem de ser uma preocupação de todos, para que possamos fazer dela um espaço seguro", disse o coronel da PM e secretário executivo do GGI-Fron/MS, Valter Godoy Rojas, coordenador das ações em Mato Grosso do Sul, que representou o secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, cuja presença era prevista, mas foi cancelada por problemas de deslocamento.
Presente à cerimônia do Posto Esdras, o comandante da Polícia Boliviana em Puerto Suárez, coronel Ramiro Veja, avaliou que a ação é um avanço no que tange a investigação de crimes fronteiriços e o trabalho integrado pode trazer efeitos positivos na questão de segurança das comunidades dos dois países.
"Estamos rompendo as fronteiras em questão de investigação e na luta contra o crime. Essa integração entre Bolívia, Brasil e Paraguai é importante porque os crimes não têm fronteira. Temos que trabalhar integrados para capturar os que cometem delitos, como o contrabando, narcotráfico, roubo de veículos e tráfico de pessoas . Este GGI nos auxilia para que possamos ter dados, coordenar ações em relação àqueles que cometem crimes na Bolívia e se escondem no Brasil e os que cometem no Brasil e fogem para a Bolívia, para que possamos identificá-los, prendê-los, fazer o intercâmbio necessário para reduzirmos a criminalidade. Nosso objetivo é que brasileiros possam cruzar a fronteira da Bolívia e desfrutem turisticamente sem o temor de ter seus veículos roubados. O mesmo para os bolivianos no Brasil, que possam aproveitar o país. Espero que O GGI não seja de curto tempo, mas de longo alcance", afirmou coronel Vega a este Diário.
Solenidade no Posto Esdras marcou início da Operação Simultânea
Titular do 1º Distrito de Polícia Civil de Corumbá, o delegado Gustavo Bueno destacou que essa nova operação do Gabinete de Fronteira traz um fator bastante significativo para o sucesso do policiamento fronteiriço. "Ela interligou o lado boliviano. A sensibilização das autoridades bolivianas com a problemática da fronteira é importante", classificou.
Tráfico na rede elétrica
O delegado ressaltou que os primeiros trabalhos operacionais, realizados na quinta-feira, mostraram novidades na atuação do tráfico de entorpecentes. "Um novo modo de operação do tráfico de drogas foi identificado, que foi a utilização da rede elétrica para guardar drogas, como no interior de tomadas", observou. "Foram dois presos em flagrante por tráfico e associação ao tráfico. Apreendemos 155 gramas de maconha e 50 gramas de cocaína pura. Parece pouco, mas a contabilidade do tráfico que apreendemos demonstra uma venda diária de mil reais", disse o titular do 1º DP.
Sem data para acabar, a "Operação Simultânea" foi determinada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública e acontece ao mesmo tempo nos 11 Estados fronteiriços do Brasil: Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O patrulhamento ostensivo faz parte da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), política do Governo Federal que tem como principal objetivo combater simultaneamente o crime organizado e o tráfico de drogas nos estados da zona fronteiriça.
Policia encontrou droga escondida dentro de tomadas
A "Operação Simultânea" acontece em toda a extensão da faixa de fronteira do Estado, nos polos do GGI em Corumbá, Ponta Porã, Naviraí e Jardim. A ação tem a participação da Polícia Militar; Polícia Civil; Departamento de Operações de Fronteira; Corpo de Bombeiros; Força Nacional de Segurança; Receita Federal; Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal, Marinha e Exército brasileiro e órgãos de segurança da Bolívia e Paraguai.
Leia: Operação de segurança vigia fronteira de Corumbá com a Bolívia
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