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Seguindo mobilização estadual, policiais civis de Corumbá param por 24 horas

Lívia Gaertner em 19 de Abril de 2012

Policiais civis de Corumbá paralisaram as atividades por 24 horas nesta quinta-feira, 19 de abril. O ato é realizado em todas as unidades policiais de Mato Grosso do Sul, como forma de protesto contra a proposta de reajuste salarial oferecida pelo Governo do Estado.

Com faixas, os policiais se concentram na porta do 1º Distrito de Polícia Civil de Corumbá e apenas, o efetivo estipulado em lei, 30%, atende à população com o registro de boletins de ocorrência e outros serviços como autos de prisão em flagrante.

Fotos: Ricardo Albertoni

Policiais civis buscam reajuste salarial de 25% e Governo ofereceu 9,15%

Segundo Nivaldo Paes Rodrigues, representante do Sinpol (Sindicatos dos Policiais Civis de MS) em Corumbá, a categoria quer reivindica reajuste salarial de 25% até 2014, porém o Governo ofereceu 9,15%. "É uma vergonha, não representa nada para a classe", avaliou ao lembrar que o salário-base inicial do policial civil no Estado é de é R$ 2.142,00. "Esse valor já está defasado, o salário do policial civil de MS é o pior dentro da região Centro-Oeste", afirmou o sindicalista ao Diário.

Ele comentou que, desde o mês passado, o Sinpol vem mantendo assembleias constantes com o objetivo de buscar diálogo com o Governo do Estado, porém, até o momento, os resultados não se mostram satisfatórios para a classe policial.

"Desde o dia 16 de março, o Sindicato dos Policiais Civis de MS está em assembleia permanente, discutindo, tentando dialogar com o Governo do Estado e não estamos obtendo êxito. Se forem esgotados todos nossos encaminhamentos ao Governo, aí sim, faremos uma grande assembleia em Campo Grande para decidir sobre o estado de greve", contou Nivaldo sobre a possibilidade de uma paralisação em longo prazo.

Segundo ele, essa assembleia está prevista para ocorrer ainda este mês, entretanto, até lá, a realização de outras ações não são descartadas, dentre elas, a chamada operação padrão.

"Vamos cumprir a lei com todo nosso efetivo na rua e isso também se faz como uma forma de pressionar o Governo do Estado. Cumpriremos mandados de prisão, faremos um trabalho intenso na fronteira do Brasil com a Bolívia, que é uma área que tem muita criminalidade e, justamente, por falta de efetivo não fazemos esse trabalho de forma mais intensa", disse.

Realidade local

Apesar de não ser a principal reivindicação da mobilização, o efetivo policial de Corumbá também está na pauta de diálogo com o Governo, conforme contou o representante sindical, Nivaldo Paes Rodrigues.

"Hoje, temos uma grande defasagem de pessoal, temos 50 policiais atendendo tanto Corumbá quanto Ladário", contabilizou ao lembrar que a cidade que, atualmente, conta com mais de 100 mil habitantes, ainda conta com apenas um distrito policial.

Nivaldo Paes Rodrigues, representante do Sinpol, diz que classe não descarta outras ações e até mesmo greve

"Corumbá hoje é a cidade mais violenta do Estado, só perde para Campo Grande. Em termos proporcionais de ocorrências que são registradas, somos a maior delegacia do Estado, só perdemos para a DPAC, em Campo Grande. São dados que não estão no ar, mas seguem estatísticas que temos através de um sistema integrado de informações", revelou.

Segundo o sindicalista, é necessário um reforço não apenas de efetivo, mas de unidades policiais em Corumbá. "Para dar um atendimento a contento à população dentro da competência da Polícia judiciária, precisaríamos criar mais dois distritos policiais para descentralizar o trabalho no 1º Distrito. Quanto ao efetivo, precisaríamos aumentá-lo quatro vezes mais, ou seja, 200 policiais", avaliou.

"Nós já tivemos aqui a criação do 2º Distrito Policial, foi erguido o prédio no bairro Nova Corumbá, ele está lá, acabou que o DOF (Departamento de Operações de Fronteira) está usando o local para alojamento e não foi efetivamente implantado esse segundo distrito que iria atender a população da parte alta", concluiu.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado) em Campo Grande, para saber qual a posição sobre a mobilização dos policiais civis. A assessoria informou que o secretário Wantuir Jacini, estava cumprindo agenda fora durante a manhã. Já a assessoria do Governo disse que o governador André Puccinelli retorna de viagem a Brasília e nesta sexta-feira, pode acontecer rodada de negociações com a categoria.