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Na Bolívia, continuam buscas por brasileiro que fugiu depois de oferecer frango para policiais

Marco André Magalhães é acusado de vários assassinatos

Lívia Gaertner em 04 de Março de 2012

Autoridades bolivianas ainda não confirmaram a captura do brasileiro Marco André Magalhães Oliveira, acusado de assassinato, e fugiu da Polícia Boliviana na cidade de Santa Cruz de La Sierra, onde deveria comparecer para uma audiência judicial na última quinta-feira, 1º de março. Houve rumores de que ele havia sido detido na localidade de Pozo del Tigre, na estrada que liga as cidades de Santa Cruz e Puerto Suárez, esta última na fronteira com Corumbá, porém a informação ainda não foi confirmada pelas autoridades, de acordo com o jornal El Deber.

El Deber

Marco André Oliveira Magalhães, “A Bicha”, é acusado de ser o autor de várias assassinatos com ligação ao tráfico na Bolívia

Extraoficialmente, há notícias de que ele já havia mudado a aparência, inclusive tendo raspado os cabelos. Marco André Oliveira Magalhães nasceu em 22 de setembro de 1981, em Manaus, tem altura de 1,65 metro e constituição robusta, cerca de 80 quilos, e é conhecido no mundo do crime pelo apelido de "A Bicha".

Na semana passada, ele conseguiu fugir enquanto era levado para uma audiência judicial. O que chamou a atenção foi a forma da fuga. Marco André, teria sido resgatado por comparsas armados em um restaurante, local onde teria convidado os policiais para comer um frango. O tenente Wálter Patzi Rojas e o cabo Rogelio Alcócer Rodríguez, responsáveis pelo escolta, negam que tenham aceitado o convite do bandido brasileiro. Eles estão cumprindo prisão preventiva em Palmasola, presídio localizado em Santa Cruz, e foram responsabilizados pelos crimes de favorecimento à fuga, não cumprimento de deveres e suborno.

Junto com os policiais, também foi preso, o assistente do advogado de defesa do brasileiro, o estudante de Direito, Eddy Ticona Saca. Já a amante de Marco André, Nilmara Martins Santos, está proibida de deixar a Bolívia e precisa se apresentar à Promotoria de Justiça, que investiga o caso, todas as vezes que convocada. Os dois também estariam no restaurante e são acusados de suborno e favorecimento à fuga.

Os envolvidos participaram de uma audiência realizada na presença da juíza Valeria Salas, que indicou que os policiais não seguiram os protocolos necessários, já que não informaram aos seus superiores sobre o deslocamento do preso, ainda mais se tratando de uma cidade a outra.

Na audiência, o promotor Adam Arteaga fez um relato pormenorizado do que aconteceu naquela tarde de quinta-feira, frisando que a atuação dos policiais não foi adequada. Ele lembrou que tanto na saída do aeroporto de Cochabamba, cidade onde o brasileiro se encontrava preso desde julho de 2011, até o desembarque no aeroporto de El Trompillo, em Santa Cruz, deveria haver integrantes de equipes de inteligência acompanhando o deslocamento. O promotor considera a ausência desses profissionais como um fato estranho.

Os advogados dos policiais afirmam que eles não favoreceram a fuga do brasileiro e que o ocorrido foi um feito fortuito, do qual não tiveram nenhuma participação. A defesa da amante de Magalhães disse que ela se submeterá a todas as investigações necessárias, pois não sabia nada da ação de fuga. O advogado Andrés Ritter, que representa o acusado de assassinato e que defendeu seu assistente na audiência, não conseguiu convencer que o estudante de Direito não estaria envolvido com o ocorrido.

Marco André é acusado dos assassinatos de Riquelme Soria Parada, Roxana Áñez Aguilera, Daniel Antonio Petruzzello e Hiroshi Agustin Nakashima, crimes supostamente ligados a pessoas com envolvimento ao tráfico de drogas.

Em depoimento dado à polícia depois de sua captura em 20 de julho de 2011, Magalhães disse que entrou na Bolívia em fevereiro de 2010. Ele admitiu ser um membro do comando M-16 no Brasil, uma facção criminosa dedicada ao roubo, tráfico de drogas e ao comércio de armas entre Bolívia e Brasil. Ele acrescentou que já foi para a cadeia algumas vezes. Em 2001, ele passou três meses na prisão e depois que foi libertado se dedicou à compra e venda de veículos. Não há dados específicos sobre a existência real do comando M-16 no Brasil. No entanto, Marco André Magalhães possui uma tatuagem com a grafia "Comando M 16". (Com informações do jornal El Deber).