Camila Cavalcante em 26 de Novembro de 2011
Fortalecer o controle, fiscalização e repressão aos crimes transfronteiriços. Esse é o propósito da Operação Ágata 3, que está ocorrendo ao longo de mais de oito mil quilômetros nas fronteiras do Brasil com a Bolívia e o Peru. A faixa principal de atuação vai da Baía Negra, no Mato Grosso do Sul, até Tabatinga, no Amazonas.
"Essa é uma operação realizada através da parceria dos órgãos militares e governamentais brasileiros, que visa através da soma de esforços, oferecer serviços de cunho social e de segurança às populações onde a operação está atuando", disse o contra-almirante Márcio Mello, comandante o 6º Distrito Naval de Ladário, em entrevista coletiva para esclarecer sobre a Operação Ágata 3, que está sendo realizada na fronteira Brasil-Bolívia.
Participaram da coletiva realizada nas instalações do Comando do 6º Distrito Naval de Ladário, representantes dos órgãos participantes. Além do contra-almirante Márcio Mello, o general de brigada Carlos Sardinha, comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira; Alexandre do Nascimento, delegado da Polícia Federal de Corumbá; Gilberto da Costa, chefe do Ibama; Nilo Ribas, inspetor chefe da Receita Federal de Corumbá; tenente-coronel Waldir Acosta, comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar e major César Freitas, comandante da Polícia Militar Ambiental de Corumbá.
A Operação Ágata faz parte do Plano Estratégico de Fronteiras, que abrange uma área de 2.357 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a 27% do território nacional. As ações cobrem os principais pontos da linha de fronteira.
"A operação teve início no dia 23 de novembro, quarta-feira, e segue com atividades ao longo dos próximos dias. Uma das propostas é incrementar o apoio à população local, logo, estamos recebendo um excelente apoio da comunidade, pois ao ver um militar na rua, ações de fiscalização nas ruas, a população acaba se sentindo mais segura no local onde mora", destacou o comandante do 6º Distrito Naval de Ladário.
Atuação
Na região da fronteira Brasil-Bolívia, as forças militares emprega grande efetivo de homens, além de 9 navios e 3 aeronaves destacados pelo 6º Distrito Naval, que somam aos veículos terrestres e aquáticos, empregados pelos demais órgãos e Forças Armadas.
As forças conjuntas realizam nas fronteiras ações de interdição de pistas de pousos irregulares e atracadouros clandestinos; patrulha naval nas calhas dos rios; bloqueios e controle de estradas; reconhecimento especializado de fronteira; revista de veículos; embarcações; interceptação de aeronaves suspeitas e ações cívico-sociais nas comunidades carentes.
A ofensiva militar dedica atenção especial ao patrulhamento aéreo, marítimo e terrestre junto às fronteiras, principalmente ao longo de mais de 8 mil quilômetros da fronteira com a Bolívia e Peru.
Presença ostensiva em Corumbá
O comandante da Polícia Militar de Corumbá, tenente-coronel Waldir Acosta, ressaltou a importância da Operação Ágata 3, no auxílio ao combate à criminalidade na região. "A operação Ágata 3 é muito importante em nossa região, pois ao se colocar a presença do Estado na rua, coíbe as práticas criminais como entrada e saída de drogas e de veículos roubados e furtados em nossa cidade. É notório que durante a operação, as práticas criminais diminuem, porém, as ações que são realizadas depois dela, acabam por colaborar com todo o trabalho realizado durante a operação."
No Posto Esdras, fronteira com a Bolívia, veículos e pessoas passam por revistas
Logo no primeiro mês de Piracema (época de proibição da pesca), vários casos de crimes ambientais e pesca predatória foram registrados na região do pantanal. O comandante da Polícia Ambiental de Corumbá, major Freitas, destacou as atividades da Operação Ágata 3 para a região. "É uma oportunidade ímpar de se contar com a atuação das Forças Armadas na região, sobretudo o Pantanal, que possui uma área de mais de 60 mil quilômetros quadrados e que merece muita atenção e segurança. Temos equipes da PMA realizando as ações de fiscalização, pois isso aumenta a nossa área de atuação, que é extensa. Estamos também na época de Piracema, e essa operação veio em uma boa hora, é o período em que necessitamos realizar mais fiscalizações. Temos uma grande soma com os navios da Marinha na fiscalização", ressaltou ao Diário.
Ações Sociais
"O navio tenente Maximiano de Assistência Hospitalar fará o atendimento médico hospitalar às famílias ribeirinhas, até porque essa é uma ação que a Marinha realiza constantemente na região do Pantanal. Em 2011, até agora, já foram realizados, aproximadamente 1.300 atendimentos nas calhas do rio Paraguai", enfatizou o comandante o 6º Distrito Naval de Ladário, contra-almirante Márcio Melo.
"O Exército Brasileiro trabalha com o lema ‘Braço Forte Mão Amiga', logo, em todas as operações, realizamos as ações cívico-sociais. Na Ágata 3, estão previstas ações sociais em Albuquerque, Porto Índio, reserva Kadwéus e outras que forem surgindo ao longo do trabalho, pois temos um efetivo preparado para esse tipo de atendimento, e contamos também com a participação de demais órgãos para desenvolver as atividades", ressaltou o general Carlos Sardinha, comandante da 18º Brigada de Infantaria de Fronteira.
A operação Ágata 3 não tem data para ser encerrada.
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