Portal de Notícias de MS em 19 de Junho de 2024
Divulgação/Corpo de Bombeiros
Com a atuação dos bombeiros a ponte não foi consumida totalmente pelas chamas
Apesar do aumento dos focos de incêndios, especialmente devido as condições climáticas extremas – sem chuvas, com altas temperaturas e velocidade dos ventos acima de 50 km/h, o que facilita a propagação do fogo –, as ações de combate foram exitosas em diversas situações.
Na Estrada Parque, entre o Porto da Manga e a região conhecida como Curva do Leque, três pontes ficaram expostas ao fogo. Uma das estruturas foi parcialmente queimada, mas outras duas foram protegidas e os bombeiros conseguiram impedir que as chamas atingissem os locais.
“Estão ocorrendo combates diários em várias regiões. O ponto de combate mais próximo de Corumbá é o das pontes, que fica a aproximadamente 4 horas. A ponte que foi afetada é a primeira, após o Porto da Manga, as outras duas as equipes conseguiram desviar o fogo, e proteger. Esses militares continuam na região para manter a proteção das outras pontes. Fizeram o controle desse incêndio, parcial nesta ponte, mais da metade da estrutura ainda restou”, disse o cabo Marcos Felipe, do CBMMS, que está em Corumbá.
A ponte que foi parcialmente queimada na Estrada Parque – sobre o Rio Negro –, está a 5,5 km após o Porto da Manga, a próxima ponte fica aproximadamente 2 km depois dela – ambas no sentido Campo Grande. Duas guarnições que atuaram ontem (18) no combate, com oito militares e duas viaturas, fizeram a proteção da área durante toda a noite.
Outras equipes também foram deslocadas para a BR-262, pois havia risco do fogo se alastrar para a rodovia, mas devido a mudança da direção dos ventos as chamas seguiram para outra área. “Estamos no local desde ontem, às 19h, e agora são traçadas estratégias de combate, porque o local onde o fogo está é de muito difícil acesso”, afirmou o bombeiro.
As equipes das bases avançadas da região de Coxim foram remanejadas para a área do Pantanal, em Corumbá, para combater o incêndio no Porto da Manga na Estrada Parque Pantanal, MS-228. Também estão empenhadas duas Viaturas Auto Tanque (AT), uma viatura Auto Bomba Tanque Florestal (ABTF) e duas camionetes equipadas com kit pick-up e sopradores. As guarnições de combate das bases avançadas de Lourdes, Corumbá, 02 de Maio e São Sebastião Grande também foram empenhadas.
Todo o trabalho realizado pelos bombeiros enfrenta dificuldades diárias, principalmente das condições climáticas. Uma situação específica neste mesmo incêndio, impediu que as equipes chegassem ao local pelo rio. As chamas estavam na lateral (flanco), no Porto Formigueiro, quando a guarnição tentou acessar o braço do rio, que desagua no Paraguai, e não conseguiram por falta de navegabilidade.
"Dificulta o acesso, aumenta o tempo resposta e a progressão do incêndio. Com isso o fogo ultrapassou a Estrada Parque, e estava seguindo rumo ao Rio Miranda. A equipe em solo tentou interceptar e extinguir antes de chegar na BR-262", afirmou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais no Estado.
No sábado (15), em outra área distante aproximadamente 30 quilômetros de Corumbá, os bombeiros resgataram uma família de ribeirinhos, que teve a residência cercada pelo fogo e não conseguiu sair. Casal e os três filhos - de 10, 5 anos e 12 meses - foram levados para a cidade e as equipes conseguiram proteger a casa e extinguir as chamas.
Ações preventivas
Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar
Equipes dos bombeiros estão atuando em diversas frentes de trabalho
A atuação rápida dos bombeiros resultou em apenas 9 hectares consumidos pelo fogo, enquanto a projeção – caso o trabalho de extinção das chamas não tivesse ocorrido de forma eficiente –, era de que aproximadamente 200 hectares fossem queimados apenas no primeiro dia.
“No início de abril, nós começamos a detectar o incêndio, que ainda estava no lado do Mato Grosso. Ele evoluiu e nós antecipamos a atuação da base avançada da Barra do São Lourenço, para fazer a prevenção. A gente foi monitorando, e quando as rajadas de vento ficaram mais fortes e intensas, o incêndio acabou pulando a margem. O deslocamento para a região, demoraria mais de oito horas, mas como estávamos lá, conseguimos combater deixando apenas nove hectares queimados, evitando que os 200 hectares fossem atingidos. Isso tudo de diferença foi o que a gente conseguiu salvar”, afirmou a tenente-coronel.
Apesar de encontrar barreiras em relação ao deslocamento das equipes, os bombeiros conseguem chegar nas áreas mais remotas para atuar no combate aos incêndios florestais.
Na região do Paraguai Mirim, que também é uma área de difícil acesso e uma via do Rio Paraguai, houve um incêndio com resposta rápida dos bombeiros. “Nossa melhor resposta foi uma base avançada, da Barra do São Lourenço e também a equipe que estaria estabelecida no Jatobazinho, que deram apoio e combate nessa região. Então, estar mais próximo dos locais de prováveis incêndios nesse ano de 2024 está fazendo com que a gente atue de forma mais efetiva, evitando um incêndio maior. Os incêndios devem acontecer pelas diversas condições que a gente vai enfrentar, que já se desenham mais severas do que o ano de 2020, que foi um marco para a gente aqui no Estado com vários incêndios florestais, mas 2024 já está pior”, disse a oficial dos Bombeiros e diretora de Proteção Ambiental.
A Operação Pantanal mobiliza mais de 100 bombeiros militares. A Marinha do Brasil contribui com militares na região do Rabicho, enquanto o Exército Brasileiro está empenhado na área do Forte Coimbra. Brigadistas do Prevfogo e do Instituto Homem Pantaneiro também atuam no combate às chamas.
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